Skip to main content

Jogos Olímpicos: Finalmente o Ouro é nosso, Pedro Pichardo conquista a medalha no triplo salto

Medalha de ouro, novo recorde nacional e melhor resultado de sempre do nosso país nos Jogos Olímpicos – foi assim a madrugada de 5 de agosto para Portugal, graças ao atleta de triplo salto Pedro Pichardo.

Pedro Pichardo © Comité Olímpico de Portugal

O relógio marcava pouco mais do que 04:20 quando tivemos a confirmação: o voo espetacular de 17,98 metros de Pedro Pichardo tinha-nos dado a medalha de ouro e a primeira subida ao primeiro lugar do pódio nesta edição dos Jogos Olímpicos.

Veni, vidi, vici (vim, vi e venci) é o que podemos dizer sobre a prestação de Pichardo na competição. Com um primeiro salto de 17,61 metros tomou a dianteira e nunca mais a perdeu. Podia ter ficado por aqui, já que esta primeira marca teria sido o suficiente para nos dar a tão ambicionada medalha e repetir o feito de Nelson Évora nos Jogos Olímpicos de Pequim em 2008, mas Pichardo achou que tinha mais para dar e fez um segundo salto com exatamente a mesma marca.

É na terceira tentativa que o atleta faz os fantásticos 17,98 metros, batendo assim o seu recorde nacional (17,91 metros), e tornando-se no melhor registo mundial do ano, assim como, na melhor marca em finais dos últimos 25 anos.
O quarto ensaio foi nulo, no quinto abdicou e no sexto, já com o ouro garantido, tentou o recorde Olímpico, mas não conseguiu, fica para os próximos - acreditamos e torcemos nós.

A completar o pódio ficou o chinês Yasming Zhu, com 17,57 metros e o burquinense Fabrice Zango, com 17,47 metros, que conquistaram as medalhas de prata e bronze, respetivamente.

Após a conquista da ambicionada medalha, o atleta nascido em cuba e naturalizado em 2017, refere, em declarações à RTP, ser um “privilégio representar Portugal”. “Tenho esse prazer de Portugal me ter acolhido para o representar. É um privilégio. A única maneira que tenho para agradecer ao país é com medalhas e resultados”.

Nas mesmas declarações refere o quanto está feliz e acrescenta que o objetivo era passar a barreira dos 18 metros e bater o recorde mundial, algo que poderá vir a acontecer num futuro próximo, pois o Campeão da Europa em pista coberta tem os 18,08 metros alcançados em 2015 como marca pessoal.

“Há uns dias que tenho sentido muito apoio dos portugueses, tenho recebido imensas mensagens, tenho quase todo o país a dar-me apoio. Quando fiz aquele salto [17,98 metros] fiquei um bocado mais tranquilo (…) Acho que não há limites. Já estou mais feliz, porque sou campeão olímpico, mas no momento desse salto não me senti muito feliz porque queria um bocado mais. Queria passar a barreira dos 18 metros e ser o primeiro português a passar essa barreira. Mas sou campeão olímpico e estou muito feliz”, acrescentou Pichardo, revelando depois aquilo que tinha planeado fazer em Tóquio 2020.

“O que tínhamos planeado, eu e o meu pai, era fazer 18,40. Era essa a marca de que estávamos à espera. Mas durante o aquecimento comecei a sentir… Não uma dor, mas um toque no quadríceps e tive algum receio”, referiu, reforçando que vai “continuar a trabalhar” para bater o recorde mundial de 18,29, estabelecido desde 1995. “É isso que está na minha cabeça”, disse. 

“Ainda não falei com o meu pai, nem sei onde é que ele está. Quando fiz o último salto, ele desapareceu (…) É um privilégio fazer parte daqueles poucos atletas que são heróis em Portugal, fazer parte desse grupo. É uma honra imensa para mim. Eu, por acaso, não sou de chorar muito… Mas depois [da cerimónia de medalhas] vou chorar um bocado. Já cantei o hino nos Europeus, agora vou contar outra vez. Já sei o hino há muito tempo. O único problema é o sotaque, mas o hino já sei há muito tempo”, finalizou o atleta.

Pedro Pablo Pichardo, atleta do Sport Lisboa e Benfica, tornou-se, assim, no quinto campeão Olímpico de Portugal, depois de Carlos Lopes (Los Angeles, 1984), Rosa Mota (Seul, 1988), Fernanda Ribeiro (Atlanta, 1996) e Nélson Évora (Pequim, 2008).

Esta é a quarta medalha para Portugal nesta edição dos Jogos Olímpicos, depois do bronze de Jorge Fonseca (judo) e Fernando Pimenta (canoagem), bem como a medalha de prata de Patrícia Mamona (triplo salto). Com a medalha de ouro de Pedro Pichardo e de prata de Patrícia Mamona, Portugal torna-se no primeiro país a conquistar ouro e prata nas duas categorias da modalidade nos mesmos Jogos Olímpicos, ao mesmo tempo que fazemos o nosso melhor desempenho numa edição da competição.